terça-feira, 19 de março de 2013

Para Ninguém.


Palavras que chegam timidamente à margem do rio,
Sentimentos que escorrem por um corpo oco,
Sorrisos escondidos por detrás do teu cabelo
fazem um louco gritar como só um louco sabe.

Decisões perdidas num tempo sujo e gasto,
Promessas rotas feitas por corpo fraco,
Mentiras que beijam este amor predilecto
deixam um louco perdido à beira de mergulhar no esplendor da noite.

Derrotas de uma criança entrelaçadas em neblinas e nevoeiros,
Viagens com destino fixado na tua companhia,
Tons tresloucados e arrepios apanhados pela tua voz
sugam a vida a um louco fanático pelas tuas tímidas manias.

Esses teus toques delicados
revelam muito mais que um coração em sofrimento
contam histórias pouco relatadas
sobre um louco à deriva numa ironia patética.

Ideias numa noite pouco sortuda
acompanhavam olhares cheios de vagar,
Um ritmo avassalador deixava o céu correr,
E o louco de bolsos rotos levava na mão um desejo que gemia por vingança.

Contavam-se pelos dedos os loucos,
loucos como aquele, que com ela por ai andou,
Risos que compunham um céu jamais tão platónico
Fizeram dele um miúdo com uma banal paixão nunca tão ordinária.

Rebentavam pelas ruas lembranças de dias mais corajosos,
Brisas audazes levaram-lhe tudo nesse momento,
E só o louco ficou, de desejo suado e derrotado na mão.

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