domingo, 24 de fevereiro de 2013

Idade da Pedra


uma rajada como uma lâmina,
passa por mim, raspa-me a pele de mortais pecados,
limpa-me com o sangue ressequido do passado.
conselhos viciosos de um universo púrpura e azul.

o bater nos ouvidos, que de tão cruel
rasga-me os olhos, despindo-me da permissão de ver,
obriga-me a morrer, obriga-me a nascer, obriga-me a ouvir.
pedidos marcados na cor dos lábios de um universo alaranjado.

um morder como um corte,
arranca-me pedaços da minha maior prova de existência,
retira-me os pedaços que tenho a mais por pura vaidade,
crimes mais sangrentos que o parto da mãe do natural moderno.

desvaneios ridículos de um mendigo sedentário,
envia-te esta carta mal assinada,
Profecia de um génio que aprendeu a escrever ao contrário.